TOC/POC: Um transtorno que afeta 4% da população portuguesa

Entre os distúrbios mentais mais frequentes no nosso país estão o TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Em conversa com a psicóloga Petra Tavares pudemos compreender um pouco melhor esta condição. “A Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC) é um transtorno caracterizado por obsessões e compulsões que podem ter um impacto significativo na vida de quem o enfrenta. As obsessões são pensamentos intrusivos, recorrentes e indesejados que geram uma intensa ansiedade. Para aliviar a ansiedade causada pelas obsessões, a pessoa com POC realiza compulsões, que são comportamentos repetitivos e rituais. Os comportamentos compulsivos podem incluir, por exemplo, verificar se as portas estão trancadas várias vezes, sendo realizados numa tentativa de neutralizar as obsessões e reduzir a ansiedade. As obsessões e compulsões podem consumir muito tempo e energia e interferir nas atividades diárias.”

OBSESSÃO

Este era o caso de Jéssica Brandão, que durante a sua adolescência sofreu com TOC, condição que para ela era deveras angustiante. “Era acometida por pensamentos ruins, que me levavam a pensar que se não realizasse determinada coisa, algo ruim aconteceria e a culpa seria minha! O que me levava a ter uma espécie de ritual para sair de casa e dormir. Antes de sair de casa, tinha de conferir a porta e o fogão inúmeras vezes. Mesmo tendo certeza de que o gás estava desligado e a porta fechada, conferia cerca de 10 ou 15 vezes. Para dormir era a mesma coisa, tinha de estar tudo no seu devido lugar.”

FJU

“Para mim, tudo aquilo era um ritual e não falava disso com ninguém, pois aos 14/15 anos achava que estava a ficar doida. Inclusive, cheguei a marcar um psicólogo na escola, sem a minha mãe saber, fui lá uma ou duas vezes, mas para mim aquilo não fazia sentido. Embora a minha mãe já conhecesse a Universal, eu não ia com ela. Até que, um dia, decidi ir, pois tinha umas colegas minhas que sempre me convidavam para ir à Força Jovem Universal. Passei a participar nas reuniões e, um dia, o problema simplesmente desapareceu. Hoje, graças a Deus, sou feliz e tenho paz!”

Fonte: Folha de Portugal