“Posso até dizer que lutei pela morte!”

Depois de mais de 20 tentativas de suicídio, 16 internamentos psiquiátricos e 17 anos de depressão crónica, Mónica descobriu o Verdadeiro “remédio”

“Os meus problemas espirituais começaram logo na infância, pois passava as noites sem dormir. Apesar de já ter alguns medos, foi na adolescência que passei a sofrer de traumas, depois de ter sido assediada. Por volta dos 18/19 anos, perdi o meu avô materno e também uma tia-avó no espaço de um mês. Então, deixei de comer, emagreci e, passado algum tempo, fui diagnosticada com anorexia e ainda com depressão. Mas, ainda antes desse diagnóstico, disseram-me que sofria de transtorno bipolar, depois de personalidade imatura e, por fim, de dupla personalidade. Inclusive, os médicos diziam que, a qualquer momento, eu me podia tornar esquizofrénica, porque via vultos e ouvia vozes.

Passado um mês do falecimento dos meus familiares, comecei a fazer as primeiras tentativas de suicídio mais leves. Ao princípio, ninguém desconfiava, pois de dia tinha sempre um sorriso no rosto, mas, à noite, despedia-me da minha família, tomava 10 a 15 comprimidos para tentar morrer. Só que, no dia seguinte, acordava frustrada por não ter morrido e posso até dizer que lutei pela morte!”

LOUCA

“Com o passar do tempo, as tentativas de suicídio tornaram-se cada vez mais graves, chegando mesmo a ficar internada em coma durante 8 dias. Então, fui encaminhada para as consultas de risco, onde, um dia, depois de ter tomado mais de 300 comprimidos com lixívia, o médico não acreditou em mim e disse que eu tinha tomado só alguns para chamar a atenção. Assinei um termo de responsabilidade e tive alta, pensando já na próxima tentativa de suicídio. Tudo isso levou-me a ficar internada 14 vezes numa casa de saúde, que poderia ser considerada um hospício, e mais 6 vezes no hospital na ala de psiquiatria. Acabei por ser considerada louca e, segundo a medicina, não havia cura para mim. Foram 17 anos a sofrer de depressão crónica e mais de 20 tentativas de suicídio, que se tornaram um vício para mim. Fui abandonada por tudo e por todos, ficando completamente sozinha e sem razão de viver!”

SAÚDE EM RISCO

As tentativas de suicídio acarretaram muitos problemas de saúde, no estômago, nos rins, no fígado, na vesícula e no meu intestino, que parou de funcionar por duas vezes. Sofria com dores de cabeça constantes, desmaiava em qualquer lugar e, devido às crises de pânico e de ansiedade, passava 7 noites por semana no hospital. Mesmo com medicação muito forte para dormir, o máximo que conseguia descansar era uma hora por noite, pois era assaltada por pesadelos e fazia tanto barulho que não deixava ninguém em casa descansar. Foram anos a dormir apenas uma hora por noite e, mesmo sendo internada durante um mês para tentarem regular o meu sono, nada resultava!”

NOVA VIDA

“No meu último internamento, com 34 anos de idade, ouvi falar da Universal e, então, pedi para vir a casa no fim de semana e fui à Igreja. Depois de décadas de sofrimento, saí da Igreja mais leve, com um sorriso no rosto e, pela primeira vez em muitos anos, dormi a noite inteira. Regressei à casa de saúde e, em 15 dias, tive alta, quando antes chegava a ser internada durante 4 meses, sendo o normal 15 dias, no máximo um mês.  Antes tomava 17 comprimidos por dia e levava uma injeção de 15 em 15 dias, mas, num mês, deixei de tomar a medicação, pois esqueci-me completamente dela! Cheguei a ter três médicos a avaliarem-me, considerando darem-me uma pensão de sobrevivência, pois no relatório médico dizia que eu não voltaria a trabalhar. Mas, hoje, com a graça de Deus, trabalho na minha própria empresa, tenho a minha família reconstruída, sou feliz e tenho paz. Fui batizada com o Espírito Santo e já estou curada há mais de 10 anos!”

Mónica Pereira

Fonte: Folha de Portugal