“Por dia, morrem mais de 12 pessoas com cancro do intestino”

Folha de Portugal: Entre os cancros digestivos, qual é o que apresenta uma maior taxa de mortalidade?

Engenheiro Vítor Neves: O cancro do intestino é aquele que apresenta um maior número de novos casos por ano, com cerca de 10 mil. Número a que se podem somar ainda mais 7 mil novos casos de outras doenças do foro digestivo, representando, portanto, no total 17 mil novos casos anuais. O que, por sua vez, causará uma mortalidade que ronda as 10 mil pessoas. Por dia, morrem mais de 12 pessoas com cancro do intestino, portanto, mais de 4 mil pessoas (dados de 2019).

FP: Sendo o cancro do intestino um dos tipos de cancro mais comum nos homens e nas mulheres, qual é a importância do rastreio e do diagnóstico precoce?

VN: O rastreio é muito barato e tem o benefício de ser muito eficaz. Existindo duas formas de o fazer: a primeira é através da colonoscopia total, normalmente feita com sedação, não causando dor ou incómodo algum; e se o médico detetar alguns pólipos, que poderão mais tarde dar origem a um tumor, serão retirados logo durante o exame e enviados para análise. A segunda é a mais comum em toda a Europa, que é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, sendo um kit facultado às pessoas e depois entregue para ser analisado na farmácia ou na unidade onde estiverem a fazer o rastreio, como, por exemplo, na Europacolon Portugal. Se o teste for positivo, a pessoa terá, então, obrigatoriamente de fazer uma colonoscopia, a fim de tentar fazer um diagnóstico precoce.

O rastreio do cancro do intestino deverá ser feito por todas as pessoas dos 50 aos 74 anos. Em caso risco hereditário, já não se fala em rastreio, mas sim em diagnóstico e poderá ser feito a partir do momento em que seja detetado um caso na família.

Engenheiro Vítor Neves, Presidente Executivo da Europacolon Portugal

Fonte: Eu era assim