Nesta obra, propomos a “vingança cristã”!

Ter a noção de quanto uma mágoa e a recusa em perdoar podem influenciar tudo na nossa vida… é desta escolha que o Bispo Edir Macedo fala: de continuar a alimentar o rancor e a raiva ou abrir a porta que conduz à liberdade do corpo, alma e espírito: O PERDÃO

Por que motivo escolheu abordar o tema “perdão”?

Ao longo dos anos, temos vindo a observar que muitas pessoas que frequentam a Igreja permanecem anos, mas, ainda assim, não se libertam ou recebem o Espírito Santo. Nós, pastores, empenhamo-nos, através do atendimento, acompanhamento, propósitos de fé, orações de intercessão e de libertação…, mas, a vida da pessoa não progride, porquê? Hoje entendo que um dos maiores problemas das pessoas, tanto cristãs como incrédulas, chama-se mágoa. Inclusive, algumas que até frequentam a Igreja há muito tempo, mas guardam uma mágoa no seu interior.

Existirá algum motivo para isso acontecer?

Quando uma pessoa conhece a Igreja, de acordo com a sua fé, passa pelo processo gradual de mudança de vida. Se era toxicodependente, tinha o seu casamento em risco ou a sua vida destruída, recebe a cura, a sua vida transforma-se e é liberta do problema que a levou a procurar a Igreja. Consequentemente, ela torna-se uma pessoa afável, atenciosa, mas, por causa da mágoa, o coração dela continua debilitado. E, quanto mais tempo ela permanece na Igreja, mais enraizada fica a sua mágoa, sem que ela perceba. Porque, dentro da Igreja, ela mantém uma conduta irrepreensível, tem a sua família unida, ajuda outras pessoas, orienta-as.… leva uma vida, aparentemente, ‘perfeita’, porém, isso só camufla a condição do seu coração.

E, porque é que a mágoa é tão prejudicial?

O que há de errado em não perdoar alguém que lhe fez mal?
É a eternidade da pessoa que está em causa. Jesus disse que quem não perdoar o seu próximo, também não terá os seus pecados perdoados por Deus. E, a Bíblia refere que uma alma que não recebe o perdão de Deus, não terá a Salvação: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizámos nós em Teu Nome? e em Teu Nome não expulsámos demónios? e em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci” (Mt 7.22-23). Uma pessoa que guarda mágoa nunca irá receber o Espírito Santo, e, enquanto a pessoa não O receber, nunca conhecerá Jesus.

Porque será tão difícil para as pessoas perdoarem?

O maior aliado da mágoa é o próprio coração, que é enganador, cruel e perverso, “quem o conhecerá?”, diz Deus. O mal aproveita-se, precisamente, desta fragilidade e característica humana para enfraquecer a fé da pessoa, através de uma mágoa. E, sabendo que o coração é enganador, pessoas são enviadas, mediante um plano maligno, para nos ferirem, para que fiquemos com mágoa. Por isso, escutamos muitas pessoas dizer que não conseguem perdoar e, por esse mesmo motivo, temos de guardar a qualquer custo o nosso coração de qualquer ressentimento ou sentimento de mágoa.

Como perdoar quem nos faz mal?

Se o seu desejo é vingança, então, ore pela pessoa que lhe fez mal! A sua paz e liberdade começam a partir desse momento. É inevitável que o coração sinta dor, por isso, ao invés de querermos sentir vontade de perdoar, devemos, sim, orar pela pessoa, pedindo a Deus que faça o bem a quem lhe fez mal ou agiu de forma injusta contra si! Faça isso e terá a sua vingança. Falo por experiência própria! Você tem de transgredir o seu coração e impor sobre ele o que está na sua mente.

O perdão, então, é uma atitude racional?

Ninguém pode comandar o seu coração, mas pode conduzir a sua própria mente. É uma questão de inteligência, eu posso pensar e exigir, obedecer àquilo que Deus falou, que Ele ordenou: PERDOAR! Então, comece por fazê-lo na sua mente, ainda que o seu coração continue a querer o mal daquela pessoa. Você estará a obedecer à Palavra de Deus ao orar por ela e, consequentemente, a mágoa será arrancada do seu coração, porque você perdoou!

Então Pedro se aproximou d’Ele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. (Mt 18.21-22)

Fonte: Folha de Portugal

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