Ataque cardíaco ou de pânico?

É esta a dúvida sentida quando um violento episódio de medo traz consigo reações físicas intensas

Fobias, stress ou traumas podem causar um aumento dos batimentos cardíacos e um aumento da tensão muscular, o que pode assemelhar-se a um ataque cardíaco. Esta era uma sensação que não era de todo desconhecida por Sónia, que para além dos ataques de pânico ainda sofria de depressão, algo que começou logo na infância e que se prolongou durante a sua juventude. “Venho de uma família desestruturada, tendo o divórcio dos meus pais acontecido quando eu tinha apenas um ano e meio. Desde os sete e durante vários anos, sofri violência física (abusos) e psicológica. Então, por volta dos 15 anos, fui para outro país, em busca de estudos melhores e de uma vida boa, mas conheci um pai alcoólatra e sofri novamente abusos. Fiquei durante pouco tempo e voltei para Portugal”.

SOLIDÃO

Com tudo o que sofreu, Sónia fechou-se completamente. “Nunca procurei tratamento médico e refugiei-me na solidão, tentando ficar o máximo de tempo possível sozinha. Onde quer que estivesse, tinha sempre muito medo e, quando um homem se aproximava de mim, entrava em pânico. Depois de sair da escola e no regresso a casa, já de noite, vinham-me pensamentos negativos e medos constantes. Sentia pessoas a seguirem-me e, ao querer fugir, as minhas pernas bloqueavam constantemente e os nervos apoderavam-se de mim, chorando o caminho todo até casa”.

LIBERDADE

“Tudo isso levou-me a ficar fechada em casa durante um ano e só a sair para a rua à meia-noite para gritar e aliviar a minha alma atormentada. A solidão e o medo persistiram até que conheci a Universal em 1992, através da minha mãe. Lá aprendi que se quisesse ficar livre de tudo o que me atormentava, tinha de perdoar aqueles que me ofenderam e a mim mesma. Agora, sou uma nova mulher sem medos e traumas do passado. Hoje, sou livre e vivo em paz”.

Fonte: Eu era assim