Alterações climáticas estão a aumentar doenças e a fragilizar humanidade

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As alterações climáticas potenciam o aumento de doenças e levam a um ciclo que também fragiliza a saúde da humanidade, alertaram em Lisboa especialistas em ambiente e alterações climáticas.

Num seminário sobre a adaptação às alterações climáticas no setor da Saúde, promovido pela Direção Geral da Saúde, Francisco Ferreira e Myriam Lopes, professores e investigadores da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Aveiro, respetivamente, falaram da qualidade do ar e lembraram que a poluição ambiental é atualmente a principal causa ambiental de morte prematura.

E explicaram como é que as alterações climáticas estão a elevar os níveis de ozono e dióxido de carbono na atmosfera, referindo alguns problemas de saúde que podem provocar.

Francisco Ferreira referiu que as alterações climáticas levarão a uma maior estagnação da atmosfera (menos movimento global) e a mais ondas de calor, e que com temperaturas muito altas haverá mais picos de ozono, um poluente atmosférico. Depois, acrescentou, altas temperaturas e ausência de chuva levam ao aumento da concentração de partículas na atmosfera.

A poluição no ar leva a mais mortes e a mais internamentos, o ozono provoca desde dores de cabeça a infeções pulmonares, e as partículas podem transportar substâncias tóxicas para os pulmões, alertou.

Myriam Lopes traçou depois um outro ciclo relacionado com as alterações climáticas explicando que a falta de água e os grandes períodos de seca, aliados a chuvadas intensas, vão afetar a quantidade e a qualidade dos alimentos e aumentar a desnutrição.

Depois, acrescentou a especialista, o aumento da temperatura reduz a capacidade de trabalho e diminui a produtividade, o que leva ao aumento da pobreza, a mais desigualdades sociais e a mais vulnerabilidade a doenças.

A um maior risco de doenças há a acrescentar ainda outros riscos físicos, acidentes, provocados por fenómenos extremos resultantes das alterações climáticas, alertou a responsável, citando dados do ano passado para dizer que em 2017 o número de refugiados devido ao clima foi idêntico ao dos refugiados devido a conflitos.

As alterações climáticas, ressalvou, são um desafio para a humanidade, mas não para o planeta. “Nós é que podemos não sobreviver a estas alterações climáticas, o planeta fica cá”, disse.

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Fonte: lifestyle.sapo.pt

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