“Almoçava e jantava em frente ao PC”

A sofrer com a perda da mãe, Nelson refugiou-se no mundo virtual, passando dias inteiros a jogar e a ver filmes e vídeos.

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“Aos 14 anos, com a perda da minha mãe, comecei a refugiar-me nos filmes e nas séries, passando horas em frente à TV. Foi, então, que comecei a jogar consola e o vício aumentou, passando ainda mais horas em frente à TV, todos os dias. Na altura, já trabalhava, mas, sempre que tinha um tempinho livre, via um filmes ou jogava.

Mesmo frequentando a Igreja, depois das reuniões de sexta-feira, quando chegava a casa às 21h30, ficava até às três ou quatro da manhã a jogar FPS online. Sábado levantava-me às 8H e ficava até à meia noite a jogar. Passava sempre o fim de semana fechado em casa e, mesmo quando ia a casa de um amigo, ficava o dia todo a jogar.

Quando comprei um computador, o vício agravou-se ainda mais, pois passava horas em frente ao computador a jogar, a ver filmes e séries até de madrugada.

Assim que me desfiz da consola, mergulhei no YouTube, onde via vídeos atrás de vídeos. Com isto, passava horas em frente ao PC, almoçando e jantando em frente ao ecrã. Gastava horas sem fim, deixando os afazeres para último ou até mesmo para outros dias. Quando me pediam alguma coisa dizia que já ia fazer, mas demorava sempre para o ir fazer, e já não havia diálogo em casa.

Até que um dia, tive de reconhecer que aquilo era um vício e que estava a fazer-me mal. Então, usei a fé, deixei de fazer a minha vontade e passei a fazer a vontade de Deus. Hoje, estou livre!”

Nelson Matos

Fonte: Folha de Portugal, edição Nº753

Domingo