João beneficiou do apoio da UNP numa fase menos positiva da sua vida, e hoje faz um balanço do seu percurso até à conquista da liberdade

Foram mais de 7 anos que João esteve em reclusão em consequência de uma condenação devido ao tráfico. Ele assume que o vício consumia a sua mente e saúde e que o levou a afastar-se da sua família e das pessoas que, realmente, se importavam consigo. Com a ajuda da UNP tomou a decisão corajosa de se afastar das más influências, drogas e álcool e hoje assume-se como uma nova pessoa. “Hoje, tenho a liberdade de escolher o que comer, o que vestir e para onde ir, uma liberdade que antes me parecia distante. Essa jornada de transformação tem sido emocionante e gratificante”, garante, e tudo porque a sua vida passou a ser pautada pela sua relação com Deus!

Folha de Portugal (FP): Quais eram as suas maiores dificuldades quando se encontrava em reclusão? As minhas maiores dificuldades em que estava em reclusão, era encarar a realidade do presídio, era o ter hora para tomar banho, não poder comer o que queria, o lidar com os guardas, não ter acesso á saúde quando é necessário enfim tudo isso para mim era algo que mexia contigo e gerava em mim dificuldades em aceitar aquela situação pela qual estava a vivenciar enquanto recluso.

FP: Alguma vez teve conhecimento de casos de suicídio na prisão? É um assunto que é abordado ou existem tentativas de prevenção? No presídio onde eu estive (Setúbal e Sintra) nunca teve casos de suicídio, mas quando estava em Sintra surgiu conversas entre nós reclusos que em Monsanto e Linhó tinha acontecido suicídio lá uma vez que são cadeias com alta segurança e penas muito altas e também não deixam de frisar que lá muitos permanecem 24 horas fechados sem vigilância e atenção alguma.

FP: Alguma vez considerou o suicídio como solução? Por muitas fases que passei enquanto recluso e por muitos momentos menos bons que passei, nunca coloquei o suicídio como opção na minha cabeça.

João Pereira

Fonte: Folha de Portugal

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