Analisando friamente, a verdade é que o suicídio nas prisões existe, mas, infelizmente, não é uma preocupação da sociedade em geral
De facto, existe uma desumanização do recluso, a ponto de a realidade prisional englobar imensos comportamentos desviantes, tais como: roubos, ameaças de morte, agressões a reclusos e guardas, violações, tráfico e consumo de drogas…, porém, não existe comportamento mais disfuncional do que o suicidário, cometido na maior parte dos casos por aqueles cujas penas são mais longas e a prisão de máxima segurança. Este reflete o maior dos sofrimentos entre reclusos. E as prisões portuguesas têm registado uma taxa de suicídios preocupante nos últimos anos.
DADOS PREOCUPANTES
Por exemplo, em 2020 ocorreram 21 suicídios entre a população reclusa. Já em 2021, foram registados 11 suicídios nos estabelecimentos prisionais portugueses. Segundo um relatório do Conselho da Europa referente a 2019 e 2020, a taxa de suicídio nas prisões portuguesas foi de 11,2 por cada 10.000 reclusos, mais do dobro da média europeia de 5,2 por 10.000. Para além disso, Portugal surge como o quarto país europeu com maior mortalidade nas prisões, registando 51,3 mortes por cada 10.000 detidos entre 2016 e 2018.
REFORÇAR MEDIDAS
Para enfrentar este desafio, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) implementou, desde 2010, o Programa Integrado de Prevenção do Suicídio, que visa a identificação precoce de sinais de alerta e a sinalização eficiente de reclusos em risco, através da colaboração entre os setores de vigilância, educação e saúde nos estabelecimentos prisionais. Mas, apesar destas iniciativas, a taxa elevada de suicídios nas prisões nacionais continua a ser uma preocupação, que revela a necessidade de reforço das medidas de prevenção e apoio à saúde mental dos reclusos.
Fonte: Sapo; O Mirante e Jornal i
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