Sofrer rejeição por parte de quem mais se ama é estar em sofrimento contínuo. Mas, quando à rejeição se alia o abuso, os resultados podem ser catastróficos…

Hoje com 42 anos e empresária de profissão, Margarete relembra um passado traumático que lhe causou uma ferida difícil de cicatrizar. “Sofri vários abusos sexuais desde os 6 aos 11 anos de idade e isso levou a uma infância e vida conturbadas. Eu já sofria com o sentimento de rejeição por parte de mãe e pai por me terem abandonado ainda bebé, e esses abusos só pioraram a minha vida. Pensava que ninguém gostava de mim e que tinha nascido para sofrer. Como criança, eu não tinha proteção, pois, quem me poderia proteger, abusava de mim sexualmente, fazendo-me sentir suja e culpada”.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Desejando apenas o mínimo de felicidade, aos 12 anos Margarete já estava cansada de tanto sofrimento, miséria, abusos e humilhação. “Resolvi ir em busca dessa tal felicidade fugindo de casa com um rapaz que tinha o dobro da minha idade. Essa felicidade tornou-se um inferno assim que morámos juntos. Ele começou a agredir-me e a humilhar-me, ao ponto de sentir vergonha de sair à rua por causa do meu rosto inchado. Aos 13 anos tive o meu primeiro filho e aos 15 o segundo, por isso, tive de abandonar os estudos para cuidar deles. Após 6 anos de agressões e humilhação, cansada de tanto sofrimento, decidi pôr fim a tudo bebendo veneno. Cheguei ao hospital já quase sem vida. Quando tive alta, terminei aquele relacionamento abusivo”, conta.

ESPIRAL DESTRUTIVA

Numa tentativa de mostrar ao mundo que estava bem resolvida e de preencher o vazio, Margarete entrou em vários relacionamentos que acabaram mal. “Parei de cuidar dos meus filhos para ir a discotecas e comecei a beber muito. Entrei no mundo da prostituição e no vício da masturbação, passando noites inteiras a ver filmes pornográficos. Com isso, os pensamentos de suicídio aumentavam cada vez mais… quase todos os dias escrevia cartas de despedida para os meus filhos, pois, à minha mente vinha o pensamento de que, se eu colocasse um fim à vida, colocaria fim à dor”.

ABRAÇO DE AMOR

Foi nesta fase que Margarete conheceu o trabalho da Igreja Universal. “Foi a primeira vez que recebi um abraço sem ter de dar nada em troca, um lugar onde me senti amada e cuidada, um cuidado que até então nunca tinha experimentado. Tudo o que aprendia fui obedecendo e, à medida que obedecia à Palavra, as dores e os pensamentos negativos iam-se afastando de mim. Por ver como Jesus poderia fazer tudo novo na minha vida, decidi entregar todo o sofrimento a Ele. Batizei-me nas águas e conheci o Espírito Santo… conhecendo, assim, o verdadeiro amor, entendi o meu valor pela primeira vez”, afirma.

FERIDA CICATRIZADA

Assumindo-se uma mulher feliz e realizada, hoje Margarete está casada. “O meu marido respeita-me e somos muito felizes. Não tenho mais traumas ou desejos de suicídio; não sinto necessidade de me masturbar para me sentir feliz, não bebo e perdoei aos meus pais por me terem abandonado ainda criança. Pedi perdão aos meus filhos por não ter sido uma boa mãe e eles perdoaram-me! Hoje sou realmente feliz, cheia do Espírito Santo e pronta para ajudar quem precisar! Amo a minha vida e não troco o que tenho hoje por nada!”, garante.

Margarete Moreno

Fonte: Folha de Portugal

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