Com a morte do seu namorado, Júlia sofreu dos maiores abalos emocionais que uma pessoa pode sentir. O que aconteceu depois disso determinou o que hoje é a sua vida!

“Na altura do ocorrido foi um choque para mim, visto que até então eu nunca tinha vivenciado a dor da perda, e, principalmente, por ser algo inesperado, já que ele era jovem, tinha apenas 19 anos e não foi por uma doença, mas sim um acidente de trânsito, que foi fatal”, conta Júlia o choque emocional que sofreu com a morte do namorado. “Eu tinha o coração nele, ele era o meu tudo na altura, e, justamente por isso, foi como se tivessem tirado o meu chão! No primeiro momento eu não queria acreditar, pois tinha acabado de regressar de uma viagem… só me caiu a ficha quando vi a foto do acidente, tive acesso ao relatório médico, que indicava que tudo aconteceu num piscar de olhos, o que só pirou a minha dor”, relembra.

DOR EMOCIONAL

Júlia admite que antes desta situação nunca tinha alimentado pensamentos suicidas, mas foi a partir deste momento que eles começaram. “Não via mais sentido para viver, tinha crises de choro constantes, mesmo o tempo passando, e, quando achava que estava a começar a recuperar, pois comecei a ir frequentemente à Igreja, vieram mais perdas… o pai, mãe e irmã dele, 6 meses depois da sua morte, também sofreram um acidente de trânsito e vieram a falecer”, conta Júlia os sucessivos choques. “Eu precisava de forças e queria superar, mas sendo bem sincera, o tempo que só frequentei a Igreja, sem uma real entrega, mudou um pouco, mas só aparentemente e por fora, pois eu já conseguia sorrir, interagir, estar nas reuniões, encontros de jovens, evangelizar…. mas, a verdadeira mudança e transformação, de dentro para fora, foi quando decidi que não podia continuar a viver na indecisão!”, garante.

NOVO CORAÇÃO

“Comecei a deixar o que ouvia nas reuniões, a Palavra de Deus, entrasse no meu coração para ir limpando o meu passado e, assim, o Senhor Jesus teve espaço para transformar a dor em alegria, a inquietação em paz, a fraqueza em força! Através da minha entrega no Altar recebi o Espírito Santo, Ele que nas Suas tantas características é também Consolador de almas me consolou. Hoje, tudo é diferente, tanto que depois desta nova vida que Ele me deu, já passei por perdas na minha própria família, e a minha reação foi totalmente diferente. Eu senti a perda, afinal sou de carne e osso, mas tive forças para passar força à minha família e o cuidado que Deus tem por nós até nos momentos mais difíceis. ASSIM, DE UM CORAÇÃO PARTIDO, HOJE TENHO UM TOTALMENTE NOVO, QUE REFLETE DENTRO E FORA, A DISPOSIÇÃO DE AJUDAR QUEM PASSOU E TEM PASSADO PELO MESMO!”, conclui uma Júlia de um sorriso que vem de dentro.

Júlia Gouvêa

Fonte: Folha de Portugal

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