Relação, amor, amizade… Cristina foi traída a todos os níveis, não havendo mais espaço para a dor, apenas para a morte
A amiga e o marido… habitualmente, é nestas duas pessoas que uma mulher mais deposita a sua confiança, tal como Cristina o fez. Já casada com apenas 17 anos, foi nesta idade que ela sofreu, nas suas próprias palavras, um autêntico terror. “Fui traída pela minha melhor amiga, com quem tinha crescido. Fazíamos tudo juntas, ao ponto de o meu marido também ser dela. Ela engravidou e eu não sabia, na realidade, ajudei uma traidora que tinha dentro de casa. Quando, finalmente, descobri foi um choque tão grande!”, recorda.
VONTADE DE MORRER
Cristina fazia tudo pelo marido, algo que aprendera na sua educação conservadora. “Dava tudo de mim, por isso, quando descobri a traição, a primeira coisa que fiz foi tomar centenas de comprimidos”. Após perder os sentidos, Cristina, que já era mãe, foi levada para o hospital, não sabendo como, sobreviveu. Contudo, a vontade de estar casada, cuidar do filho e de viver, simplesmente, desapareceram.
16 ANOS DE MENTIRAS
Porém, aconselhada pela mãe, Cristina decidiu voltar a tentar, tendo conseguido manter a relação durante muito tempo, tendo nascido outros filhos. Mas, as consequências eram visíveis. Ela tornara-se uma pessoa profundamente deprimida, amarga, de aparência forte, mas de interior revoltado e suicida. Preferia morrer a divorciar-se, mas a mentira era evidente, pois, as traições não só continuaram, como destruíram o amor e deram lugar a uma dependência emocional.
O JORNAL
“O casamento acabou depois de o meu marido ter hipotecado a casa e ter contraído uma dívida com a amante”, conta. Cristina viu-se obrigada a sair, pois tudo foi a leilão. “Num dos dias em que deambulava pelas ruas, peguei um jornal para não molhar a cabeça. Quando cheguei a casa, reparei que o jornal continha muitas histórias. Guardei-o e decidi entrar no local onde o recebera”, recorda. Não foi apenas o bem-estar sentido, Cristina decidiu o que desejava para a sua vida daquele dia em diante, por isso, entregou-se a Jesus e o batismo com o Espírito Santo aconteceu. “Desde esse dia, a minha vida mudou! Costumo dizer aos meus filhos que não existe fortuna maior do que o Espírito Santo. Hoje, o meu passado está sepultado e, agora, tenho paz!”, assume uma Cristina que já não sofre de depressão, está livre das dívidas e tem um casamento feliz.
Cristina Sousa
Fonte: Folha de Portugal
Artigos relacionados
A busca incessante da validação alheia
Francisco conta que sempre foi um jovem que precisava de validação externa para alimentar o seu ego, tentando
“O meu marido tornou-se dela…”
Relação, amor, amizade... Cristina foi traída a todos os níveis, não havendo mais espaço para a dor, apenas
A dupla traição
Muitas pessoas traídas começam a culpar-se pelo sucedido e, para além de vítimas, como se sentem culpadas, acabam



