Quando se conheceram, tanto Ana como Manuel tinham vivenciado a dor da traição e partilhavam o mesmo sentimento de desconfiança relativamente aos relacionamentos e até ao amor em si mesmos

“Nós conhecemo-nos quando eu fui trabalhar para a padaria onde ele trabalhava como padeiro. Na altura, eu já era depressiva e tinha alguns traumas de um relacionamento anterior, onde tinha sido traída. Então, para mim era complicado ir para uma nova relação”, explica Ana. Por seu lado, Manuel havia sofrido uma dupla deceção amorosa: “tive uma relação durante 5 anos, até que fui traído. Depois, ainda tive outro relacionamento e fui novamente traído. Entretanto, conheci a Ana, mas, apesar de o namoro estar a correr bem, eu tinha as minhas desconfianças”.

DESUNIÃO.
“Casámos, mas como não tínhamos muito dinheiro, fomos morar para casa dos meus pais, o que não nos permitia ter a nossa privacidade”, relata Ana. Até que um dia, uma discussão entre Manuel e o sogro levou o casal a ter de sair de casa. “Aí começaram as dificuldades, pois, tivemos de alugar casa, ela ficou sem trabalhar e tudo o que ganhava era para pagar dívidas e para comer era o mínimo”, esclarece Manuel. Apesar de sentirem a falta um do outro quando estavam separados, mal Manuel entrava em casa começavam as discussões e a depressão de Ana foi-se agravando.

CANCRO E SUICÍDIO. “Apareceu-me um caroço no pescoço, fui ao médico, fizeram-me exames e detetaram um linfoma. Fiz quimioterapia, mas a médica disse-me que não havia qualquer esperança para mim!”, desabafa Ana. Quando contou ao marido que tinha cancro, Manuel passou a dar-lhe força e a apoiá-la. Mesmo assim Ana só pensava em acabar com tudo, “peguei em todos os comprimidos que tinha em casa para acabar com a minha vida, mas, o meu marido chegou com o meu filho”.

UM JORNAL. Um dia, Manuel encontrou na sua caixa do correio a Folha de Portugal. “Fomos até à Universal com o pensamento de que aquela era a última porta onde iríamos bater em busca de uma transformação para a nossa vida”, salienta Ana. A depressão, a tristeza e a insónia desapareceram da vida de Ana, assim como os vícios, o vazio e a opressão deixaram de fazer parte do dia a dia de Manuel. Mesmo voltando a ser internada, o marido continuou a lutar por ela, colocando a sua fé em prática. “Comecei a sentir-me muito melhor e fui fazer exames, tendo os médicos constatado que já não existia mais nenhum sinal de doença”.

RECONSTRUÇÃO. “Depois de ter sido curada, faltava-nos reconstruir o nosso casamento. Começámos a participar na Terapia do Amor e fomos aprendendo que dando um ao outro iríamos ser felizes”. Ambos batizados com o Espírito Santo, hoje, têm amor, sabedoria e sabem conversar um com o outro.

Fonte: Folha de Portugal

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