UNP reúne-se para fechamento do ano em mais de 40 prisões

No seu último encontro do ano, os voluntários da Universal Nas Prisões escutaram não apenas uma mensagem de renovação de forças, mas também de incentivo ao cumprimento de objetivos concretos, ainda para este ano

Um trabalho recompensador, mas tantas vezes incompreendido pela sociedade em geral… esta é a tarefa dos voluntários da UNP, que tratam da recuperação dos “irrecuperáveis” da sociedade.
E foi, precisamente, sobre este aspeto que o pastor Francisco Silva, responsável do grupo em Portugal se debruçou no último encontro. Ao fazer alusão a uma passagem presente no livro de Jó, o orador pretendeu que todos refletissem sobre a importante tarefa que reside sobre cada um deles:

“Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta.” (Jó 14.7-9)

Nas palavras do orador, se existe esperança para uma árvore cortada e raiz morta, muito mais existirá para a alma de quem quer que seja, pois, independentemente do crime que o recluso cometeu, temos sempre que olhar a alma e não julgar ninguém…

Para além deste alinhamento de foco, foram ainda ressaltados outros aspetos, tão importantes para o desempenho deste grupo. Como tal, o pastor reforçou a necessidade de se aplicar um maior nível de intensidade no trabalho evangelístico nas portas dos estabelecimentos prisionais, administrando a cura às pessoas, a libertação às famílias dos reclusos e colocando-se à disposição dessas mesmas pessoas às portas das prisões para fazer nas suas casas a cerimónia do Partir do Pão.

Para além disso, importa dar uma maior assistência, no sentido de dar forças à mãe que chora ou à esposa que se tem sentido só… porque, muitas vezes, a pessoa está privada da liberdade, mas os seus familiares sofrem ainda mais que o próprio recluso.

O orador mencionou ainda que é fundamental transmitir força e ânimo aos familiares dos reclusos, mas, para que isso aconteça, é importante que os voluntários da UNP não se deixem levar pelas críticas, pela perseguição, pelas pessoas que lhes possam falar de forma negativa… já que é crucial olhar para a alma das pessoas, porque se estão ali é porque necessitam de ser salvas, tal como os seus familiares, que se encontram encarcerados por detrás dos muros daquele presídio.

Durante o encontro, foi também reforçada a necessidade de se fazer o apoio espiritual no interior das prisões. De facto, vários voluntários já têm tido permissão para fazer o acompanhamento espiritual nos estabelecimentos prisionais, na verdade, isso já acontece em mais de 30 prisões, porém, a meta até ao final do ano é de 40, sendo que o número total geral no país é de 49 (embora em 3 o acesso seja negado).

O encontro foi dado por terminado num tom de bastante otimismo e entusiasmo da parte de todos, certos de que todas as metas traçadas, tanto para o ano que termina como para o que se inicia serão amplamente conquistadas, homenageando um trabalho que não é fácil, mas que é 100 por cento recompensador.

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