Traída, rejeitada e suicida

A sofrer com as infidelidades do pai da filha, Mariolena sentia-se desprezada e pensava em acabar com a própria vida

“Engravidei aos 18 anos e não me aceitaram em casa, por isso, fui morar com o pai da minha filha. Mas acabei por ser traída diversas vezes, pois, enquanto eu ficava em casa sozinha, ele estava com outras mulheres. Sentia-me rejeitada, sozinha e pensava tirar a minha própria vida, devido a tanto sofrimento.”

“Para além disso, não me dava bem com a minha sogra, passando muito tempo fechada no quarto. Mais do que uma vez, tive de ver manchas que outras mulheres deixavam no corpo do meu companheiro, o que me fazia sentir desprezada e me levava a fechar dentro de mim, não desabafando o enorme vazio que sentia.
Também sofri com uma inflamação no colo do útero, que nenhum remédio curava e que me provocava muitas dores, pois até o simples ato de andar me fazia sentir mal. Fui muitas vezes ao médico, mas nada resolvia o meu problema.
Lembro-me de um final de ano em que é costume aqui irmos ver o fogo de artifício e eu e o eu companheiro não fomos juntos, mas, por coincidência, encontrámo-nos na casa de uma irmã dele e ele não estava sozinho. Para mim, foi o pior dia da minha vida!
Separávamo-nos e voltávamos porque ele dizia estar arrependido, mas depois fazia tudo de novo. Como eu não trabalhava, dependia dele e, no fundo, tinha medo de tomar a decisão de o deixar com uma filha para criar.
Para agravar ainda mais a minha situação, não conseguia dormir à noite, pois tinha medo e sentia presenças estranhas, passando a noite toda acordada.”

Nova vida. “Apesar de já ter estado na Universal com a minha mãe, quando era mais nova, não a frequentava. Então, um dia recebi um convite para uma reunião, fui e, entretanto, comecei a ir às sextas, às quartas e aos domingos. Apesar de morar muito longe e não ter dinheiro para a passagem, isso nunca foi impedimento para eu ir à Igreja, pois pedia boleia e ia às reuniões.”

“Entreguei-me a Deus e Jesus libertou-me. Fui curada e, então, busquei o Bem Maior, tendo recebido o Espírito Santo. Entretanto, encontrei trabalho perto de casa, que não me impedia de buscar a Deus. Hoje, sou feliz, estou noiva e vou-me casar com um homem de Deus. Agora, tenho paz alegria e, apesar de passar por muitas lutas, estas não abalam o meu interior.”

Mariolena Dias Gomes