Sem esperança de vida

Foi este o diagnóstico dado pela medicina a Maria Isabel e ao seu filho recém-nascido, mas na fé do sacrifício residia a salvação de ambos

“A minha gravidez foi normal e os médicos diziam que a única coisa errada era o facto de as plaquetas estarem um pouco baixas. No entanto, às 26 semanas de gestação senti um mau estar profundo e muitas dores na parte superior abdominal. Fui ao hospital onde me disseram que provavelmente era um vírus. Entretanto, comecei a vomitar muito e acabei por ficar internada. A última coisa de que me lembro foi começar com convulsões e subconscientemente chamar por Jesus, pedindo-Lhe auxílio e colocando a minha alma e a do meu bebé nas Suas Mãos.
Segundo os médicos, entrei em estado de coma e fui logo transferida para a Maternidade em Coimbra, onde fui submetida a uma cesariana, tendo o bebé nascido com apenas 970 gramas. Em muito mau estado, fui transferida para os Cuidados Intensivos do Recobro Anestésico dos HUC, com o diagnóstico de pré-eclâmpsia complicada, seguida de uma eclâmpsia pós-parto derivada de da Síndrome HELLP e agravada, que desencadeou a pouco conhecida Síndrome Antifosfolipidico. Fiquei lá aproximadamente uma semana sem visitas e a medicina não dava nenhuma esperança de vida tanto para mim, como para o meu filho, que nasceu com uma displasia broncopulmonar, um pulmão em branco e o canal do coração aberto. Ele não respirava sozinho e teve que ser ventilado imediatamente.
Foi uma recuperação longa, tendo depois sido transferida de volta para a Maternidade e ficado lá internada uns 15 dias por minha causa e três meses e meio acompanhando o bebé.”

Entrega total. “Um domingo pedi autorização às enfermeiras da UCIRN e sai da Maternidade com um familiar, mesmo com os cateteres espetados nas mãos, inchada e cheia de hematomas, dirigi-me à Universal em Coimbra, onde estava a decorrer a Campanha de Israel. Com auxílio, subi ao Altar e fiz o meu sacrifício na Campanha de Israel, mesmo sem ter condições. Fiz como Ana e entreguei o meu filho nas mãos de Deus.
No dia seguinte, cumpria-se a vontade do Senhor Jesus, pois o meu menino foi retirado do ventilador. Hoje, o Samuel tem 13 anos, faz uma vida normal, corre, salta e pratica desporto. Ou seja, devido ao sacrifício perfeito e completo no Altar de Deus, hoje ele é um jovem abençoado e de perfeita saúde.”

Maria Isabel Martins
Fonte: Folha de Portugal, edição Nº761