“Quando trabalhava, todo o meu dinheiro era para o sustento do vício”

Dependente de drogas e traficante, Wagner chegou a ser preso, perseguido e jurado de morte, mas encontrou a força para se libertar e transformar a sua vida na fé do sacrifício

Wagner Luiz sempre viveu num ambiente cheio de brigas, tonando-se num adolescente problemático, sem responsabilidade e perspetiva de crescimento pessoal e profissional. Aos 11 anos, conheceu as drogas, tornando-se dependente de crack, cocaína e maconha. “Quando trabalhava, todo o meu dinheiro era para o sustento do vício”.
Com o tempo, passou a cometer vários delitos, como roubar casas e carros, e não demorou até se tornar membro de uma facção criminosa, começando a trabalhar com o tráfico de entorpecentes. Depois de um desentendimento nessa facção, o jovem começou a ser perseguido e jurado de morte. “Vivia confinado dentro da minha casa, com medo de morrer. Logo em seguida, fui preso, mas como era réu primário, paguei a fiança e fiquei dois anos a responder ao processo em liberdade. Foi o momento mais difícil da minha vida”.

Uma nova vida. Wagner estava a pagar o preço da sua vida errada, como consequência das suas escolhas. Porém, decidiu pôr um fim naquela situação. Aceitou o convite da sua irmã para que ir até um templo da IURD e, numa segunda-feira, ouviu que a sua vida poderia mudar caso expressasse uma fé inteligente. Então, começou a fazer correntes pela libertação dos vícios e batizou-se nas águas.
A bênção completa aconteceu quando, após três meses, viu a oportunidade que faltava para transformar toda a sua vida sacrificando, material e espiritualmente, no Altar de Deus, durante uma campanha da Fogueira Santa. “Revoltei-me e fiz o sacrifício. A partir dali, tudo começou a mudar, não do dia para a noite, mas com trabalho e dedicação”.

Sucesso. Deus deu-lhe a visão de trabalhar com o pai a produzir e comercializar gelados na praia. Foram cinco anos até Deus lhe mostrar que os planos que Ele tinha para a sua vida eram muito maiores.
Sem parar de expressar a sua fé, após algum tempo, a pequena fábrica tornou-se uma indústria de sorvetes conhecida nacionalmente. “Hoje, a fábrica tem capacidade para produzir 50 mil gelados por dia com camiões especiais para o transporte dos produtos. Temos uma rede com 20 lojas de sorvetes. Dessas, 80% são com sede própria”.

Para além da indústria dada por Deus como resultado dos seus sacrifícios, Wagner mora com a esposa e os três filhos numa casa com quase mil metros quadrados, tem um carro importado, viaja para vários lugares dentro e fora do Brasil e leva os filhos para estudarem em excelentes escolas. Mas a maior conquista, Wagner garante que recebeu quando se despojou de todo o seu ser. “Hoje posso dizer que sou feliz, pois tive um real encontro com Deus.”

Wagner Arnaut
Fonte: Folha de Portugal, edição Nº755