Por que as famílias acabam?

Fonte de Imagem: Universal.org

Conheça a história de famílias que quase foram destruídas e saiba o que fazer para fortalecer os laços com seus familiares

Qual é o segredo para ter uma família feliz? Ao contrário do que vemos nas redes sociais, não basta só tirar fotos bonitas e viajar juntos. Construir uma família envolve desafios diários. Afinal, se até irmãos têm diferenças, imagina compartilhar a vida com uma pessoa que cresceu em outro lar? Além disso, nós, seres humanos, estamos sujeitos a enfrentar dificuldades emocionais e altos e baixos de todos os tipos.

Problemas familiares

Quantas pessoas vivem sob o mesmo teto, mas já não compartilham nada com seus familiares? Brigas, mágoas, individualismo, vícios, mentiras, julgamentos e excesso de críticas são apenas alguns problemas que podem prejudicar o delicado equilíbrio familiar.

A psicóloga e especialista em relações interpessoais Denise Camargo avalia que muitas dificuldades começam com a falta de comunicação. “O diálogo é muito importante, mas é preciso saber conduzi-lo. Cada parte envolvida deve ouvir a outra sem julgamento e sem acusações. Sentimentos como raiva e mágoa atrapalham o diálogo”, afirma.

Segundo a psicóloga, deve-se evitar ataques, agressividade e tom de voz alto. Além disso, cada pessoa precisa assumir os próprios sentimentos e responsabilidades e se esforçar para comunicar de forma clara e específica o que deseja. Não se iluda: ninguém vai adivinhar como você se sente ou o que deseja sem uma conversa verdadeira. “Outro ponto é definir o objetivo principal da conversa e manter o foco para chegar a um acordo”, avalia Denise.

Parceria

Quando duas pessoas decidem se casar, cada uma leva para a relação experiências, decepções e aprendizados de sua família de origem. Por isso, o médico e psicólogo Roberto Debski lembra que o casal deve ter cuidado para que as vivências do passado não atrapalhem a nova família. “Cada um traz sua bagagem, mas também deve estar aberto a mudanças para construir um modelo melhor”, esclarece.

Ele sugere que as famílias procurem manter a parceria. “Para que a relação continue fortalecida, o casal deve ter alguns valores e crenças compartilhadas. Um apoia o outro”, completa.

Para a psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental Claudia Melo, as famílias precisam definir regras de convivência. “Algumas pessoas vão vivendo, mas não planejam nada e isso gera frustrações. Criar acordos fortalece vínculos e aumenta a cumplicidade. É preciso deixar claro questões familiares, afetivas, tarefas e planos”, enumera. Entretanto os acordos podem e devem ser revistos. “Se a família fica presa a uma visão que já não funciona no contexto atual, isso gera brigas”, pondera.

Vícios e brigas 

A família da mineira Meirielen dos Santos, de 22 anos (foto à esquerda), quase foi destruída por causa de seu envolvimento com drogas. A jovem conta que tudo começou aos 11 anos, quando ela e os pais viviam em Portugal. “Meus amigos da escola fumavam e bebiam e eu comecei a fazer o mesmo.”

Aos poucos, os novos hábitos da jovem começaram a prejudicar seus estudos e a relação familiar. “Repeti de ano e fiquei viciada em bebida. Um dia, eu sumi sem avisar minha mãe e ela acabou chamando a polícia”, lembra. “Comecei a dar muito problema e o conselho tutelar queria me tomar da minha mãe. Por isso, ela decidiu voltar ao Brasil comigo quando eu tinha 13 anos”, diz. A família então se separou: as duas voltaram para o País e o pai de Meirielen ficou em Portugal.

A mãe dela, Neusa dos Santos, de 52 anos, explica que pensou que a filha iria melhorar, mas isso não aconteceu. “Ela fugia para ir para raves, bailes funk, usava drogas e chegou a se envolver com traficantes”, conta.

Fundo do poço

Depois de um ano, o pai de Meirielen voltou ao Brasil. “Meu comportamento prejudicou o casamento dos meus pais. Eu colocava um contra o outro e eles brigavam. Eles já não conversavam direito.” Apesar dos problemas, Neusa nunca desistiu da filha. “Eu continuei fazendo minhas orações, meus propósitos e tentava conversar com ela”, afirma.

Meirielen admite que era muito agressiva, o que piorava a tensão dentro de casa. “Já peguei até uma faca para atacar meu pai. Minha mãe desmaiava de tristeza.” As brigas entre ela e o pai eram constantes. A jovem revela que chegou a cheirar a cola que os pais usavam na fabricação de pulseiras. “Um dia meu pai me encontrou dormindo com a cara dentro da cola. Tivemos uma discussão e ele me bateu. Eu fugi de casa e fui usar cocaína”, lembra ela, que tinha 15 anos na época. “Quando voltei, peguei uma faca para me matar. Minha mãe tentou tirar a faca da minha mão, acabou se cortando e foi sangue para todo lado! Ela chorou muito. Foi aí que eu realmente percebi o sofrimento que estava causando”, confessa.

Nova chance

A jovem pediu ajuda à mãe aos 16 anos, depois de dois princípios de overdose. “Pedi para ir à Universal, era minha última alternativa. Decidi me entregar a Deus. Em um ano, deixei as drogas, me batizei e me tornei obreira”, conta. Meirielen também começou a participar do grupo Godllywood para recuperar a autoestima e a credibilidade que havia perdido. “As tarefas do grupo me ajudaram a me reaproximar do meu pai, da minha mãe e da minha irmã. Nossa relação melhorou muito”, comemora ela, que conseguiu concluir os estudos. “Nossa família está fortalecida porque cada um respeita o outro. Aprendemos a conversar e a ter paciência”, conclui.

Indiferença

Durante muito tempo, a paulista Vanessa Dias dos Santos, de 34 anos (foto à esquerda), foi uma pessoa distante da mãe e do padrasto. Mesmo vivendo sob o mesmo teto, ela conta que costumava se isolar. “Eu era presente e prestativa na igreja, mas tinha uma deficiência no convívio com minha família. Em casa, eu só ficava no meu mundinho, não convivia com a minha mãe nem com meus irmãos. Apesar disso, eu achava que estava tudo certo”, lembra.

Há um ano, Vanessa percebeu que o distanciamento da família era prejudicial depois de ser alertada por sua mãe, Helena Dias Santana. “Ela ficava só no quarto dela, não nos dava muita atenção”, lembra Helena. Para se aproximar de sua mãe e padrasto, Vanessa contou com o apoio do grupo Godllywood. “Comecei a ficar mais tempo com eles. Às vezes ia para a sala e fazia perguntas para poder conversar mais e interagir.” Ela também estreitou os laços com os dois irmãos e os três sobrinhos. “Antes eles me convidavam para um evento e eu nunca aceitava. Passei a participar mais, ir à casa deles, a brincar com as crianças, que era algo que eu não fazia”, detalha.

A mudança foi percebida pela família. “Hoje ela é mais carinhosa e participativa”, comenta a mãe. “Quebrei a barreira que me separava da minha família. Até minha autoestima melhorou”, avalia Vanessa.

Críticas em excesso

Durante a infância, a paraense Malena Costa, de 24 anos (foto abaixo), recebia muitas críticas de sua mãe. “Eu era a irmã mais velha de sete irmãos, ajudei a cuidar de todos. Meu pai faleceu cedo e minha mãe trabalhava muito. Tínhamos uma vida muito difícil. Ela me criticava, descarregava as mágoas em mim”, lembra.

Quando se casou, em 2015, Malena passou a repetir alguns comportamentos da mãe com o marido. “Eu criticava meu marido, brigava muito com ele e o xingava. Também tinha baixa autoestima, me olhava no espelho e dizia a mim mesma que eu não servia para nada”, afirma. O excesso de críticas contribuiu para enfraquecer o relacionamento do casal. “As brigas surgiam de repente. Eu tinha ciúme e desconfiava dele. Cheguei a brigar até dentro do ônibus. Era horrível.”

Para mudar a situação, Malena buscou apoio espiritual em reuniões da Universal em Santarém. “Comecei a seguir os ensinamentos de Deus. Perdoei minha mãe e me livrei das mágoas do passado e dos maus pensamentos. Fui batizada com o Espírito Santo em 2016”, conta. Hoje ela também participa de atividades do grupo Godllywood. “Aprendi a demonstrar carinho pelo meu esposo. Eu me tornei mais compreensiva e mais amável. Nosso relacionamento é ótimo. Conversamos e nos respeitamos muito”, comemora.

Separação

Uma experiência familiar negativa também marcou a vida da paulista Fabíola Zampieri, de 31 anos (foto abaixo). Ela conta que seus pais se separaram quando ela tinha 17 anos. “Nós éramos uma família feliz, minha mãe sempre foi muito presente e dedicada. Entretanto ela conheceu uma pessoa e resolveu ir embora de casa.” Fabíola lembra que não houve muito diálogo sobre o que aconteceu. “Meu pai, por não saber lidar com a situação, foi morar na casa dos irmãos dele. Eu tinha acabado de entrar na faculdade e era bolsista. Minha mãe levou meu irmão, que tinha 14 anos, mas disse que eu não poderia morar com ela. Eu morei na casa de vizinhos, em repúblicas e na casa de amigas”, conta.

A situação levou Fabíola a guardar mágoa da mãe. “Eu tinha ódio dela e fiquei dois anos sem vê-la. Só a encontrei depois que ela teve meu irmão mais novo. Achava que ela era culpada por tudo que tinha acontecido.”
Apesar da tristeza, Fabíola seguiu sua vida e terminou a faculdade. Depois de alguns anos, entretanto, o rancor ainda a incomodava. “Comecei a me afundar, eu ficava muito mal e meu pai não sabia o que fazer. Um dia, ele pediu ajuda à minha mãe. Foi aí que ela me convidou para ir à Universal”, afirma. Fabíola aceitou o convite. “Aos poucos, eu consegui vencer a mágoa e a perdoei”, avalia.

Com a superação dos ressentimentos, Fabíola formou a própria família: ela está casada há quatro anos. Além disso, ela decidiu contribuir para a aproximação de seus irmãos e seus pais. “Hoje nós somos muito unidos. Acho que Deus nos ajudou a fazer isso. Recuperamos o respeito de um pelo outro”, explica.

Quem ama cuida

Em diferentes passagens, a Bíblia destaca a importância de cuidar da família. Em Deuteronômio 5.16 está o famoso versículo que fala sobre honrar pai e mãe. Em outro trecho, o Livro Sagrado indica que o cristão de verdade não pode se esquecer de seus familiares: “mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.” (1 Timóteo 5.8).

O Bispo Renato Cardoso esclarece, em mensagem em seu blog, que a dedicação à família é fundamental para evitar problemas entre os membros de um lar. “Nós não podemos descuidar da nossa família. As lutas lá fora são grandes, mas isso não é desculpa”, aconselha.

Segundo ele, as conquistas financeiras e profissionais não podem roubar o espaço da convivência. “A sede por conquistas materiais faz com que nós abandonemos coisas simples, como um café da manhã juntos, um almoço em família, aquele tempo para ver um filme e para conversar. Desprezamos coisas que não custam dinheiro, mas que são importantes para nossas famílias”, completa.

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Fonte: Universal.org

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