Pessoas que amam demais

Quem já não ouviu falar de pessoas que têm ciúme exagerado e exercem um controle quase total da pessoa amada? Elas monitoram as ações de quem amam o tempo todo e são capazes até de largar o trabalho e tudo à sua volta para manter esse cuidado desmedido. Elas amam demais, mas esse amor pode ser prejudicial ao extremo. Embora, quando se fale desse assunto, se lembre especialmente das mulheres, não se trata de um problema que atinja somente o público feminino.

Homens e mulheres
Para a psicóloga Nara Cristina Figueiredo, de 44 anos, doutoranda em psicologia clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), a questão não depende de gênero. “Tanto faz ser homem ou mulher. Vivemos em uma cultura em que as mulheres expressam mais os sentimentos e isso fica muito mais visível nelas, mas o homem também age com um ciúme excessivo ou impondo situações em que a mulher é obrigada a sair somente com ele ou que dependa dele em todos os aspectos, seja afetivo, seja inanceiro”, exemplifica.

Estado de dependência
Para a especialista, amar demais não é um distúrbio ou doença, mas um estado de dependência emocional. “Vemos isso acontecer frequentemente entre casais, mas ela também pode estar presente na relação entre amigos, entre irmãos e entre pais e filhos. O que fica perceptível é que há uma questão de baixa autoestima e que existe uma grande dificuldade de estar só. Ao se sentir sozinha, a pessoa tem a sensação de que deixa de existir e a vida somente tem valor se quem é objeto de seu amor estiver por perto o tempo todo”, explica.

Ciúme excessivo
Segundo Nara, há diversos fatores que levam a esse quadro. “A pessoa fica com um vazio insuportável. Amar, que deveria ser algo prazeroso, proporcionar crescimento e troca com o outro, acaba sendo um motivo de sofrimento. A pessoa não sabe se relacionar de outra forma e, pelo fato de a vida ter valor somente na presença do outro, ela passa a ser controladora e daí surge o ciúme excessivo”, analisa.

Sem espaço
De acordo com a psicóloga, esse tipo relação é extremante frustrante para quem ama demais porque, para ela, o ser amado não corresponde às suas expectativas. “O outro sempre vai nos frustrar. Faz parte da relação humana, pois ninguém é igual a nós. A pessoa que está com quem ama demais tem que fazer um esforço muito grande para corresponder ao que ela deseja. É como se tivesse que ser uma extensão da pessoa que ama demais. Não há espaço para a diferença, para a comunicação e isso acaba acarretando o esvaziamento e o empobrecimento da própria relação. É preciso buscar tratamento com um especialista assim que os primeiros sinais forem percebidos. O profissional poderá avaliar qual a melhor opção para lidar com esse problema”, opina.

Controladores descontrolados
As brigas e desentendimentos entre o casal de empresários Denilson Victor Cordeiro, de 41 anos, e Thayssa Rianni Moreira da Rosa, de 31 anos (foto a dir.), eram frequentes, pois um tentava controlar o outro. “Eu olhava o celular dele, mexia na carteira dele e logo brigávamos. Eu cobrava bastante para que fizéssemos atividadess juntos. Quando me perguntavam onde ele estava, me sentia mal, pois ele só pensava em trabalhar. Cheguei até a me relacionar com outra pessoa pelo WhatsApp. Certo dia, depois de beber, meu marido queria pegar o carro para sair. Fiquei nervosa e discutimos. Eu estava grávida e ele tentou me esganar. Acabou caindo em si e me soltou. Depois disso, fomos procurar ajuda”, relembra Thayssa.

Terapia
Os dois resolveram participar da Terapia do Amor, palestra com foco no sucesso da vida amorosa, que acontece na Universal. Nos encontros, Denilson foi percebendo o quanto tratava a esposa mal e contribuía para os problemas que estavam ocorrendo. “Em 16 anos de relacionamento, eu nunca a tinha levado para jantar fora, mas agora, depois da participação nas reuniões, a nossa relação foi mudando. Passamos a confiar mais um no outro. Éramos casados somente no civil e, em maio deste ano, casamos na Terapia. O nosso entendimento quanto ao que é um verdadeiro casamento mudou. Eu parei de beber e sou mais ligado à família. Vi a manifestação do Espírito Santo em nossas vidas. Hoje consigo separar o meu trabalho da vida familiar. É vida por vida”, afirma.

Fonte: Universal

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2018-12-04T17:55:54+00:00
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