Missionários que vivem na Suíça contam como sobreviveram à COVID-19

Bispo Lobato e sua esposa, Goreti, ficaram internados e, mesmo em meio ao tratamento, fizeram questão de levar Jesus aos doentes

 

Neste momento, em todo o mundo, só de ouvir notícias sobre o novo coronavírus muitos estão entrando em pânico, chegando ao ponto de abandonar o familiar com suspeita de contaminação na rua sozinho, a exemplo do que fez um marido com a esposa na Bolívia.

Tamanho desespero acontece, mesmo que notícias boas também surjam. A saber, até o momento, mais de 700 mil pessoas em todo o mundo se recuperaram da doença.

Porém, algumas pessoas, chegaram ao extremo do desespero. A exemplo do que fez Bernard Gonzalez, médico do Stade de Reims, da primeira divisão do futebol francês, que se suicidou, aos 60 anos, ao ser infectado pelo novo coronavírus.

Reação bem diferente teve o Bispo António José Coelho Lobato, de 59 anos, e sua esposa, Goreti Lobato, de 51 anos, missionários da Universal na Suíça, que também foram contaminados e tiveram os sintomas da COVID-19.

Eles contam detalhes dos momentos vividos e de como tiraram forças da fraqueza e ainda ajudaram outras pessoas que estavam internadas com eles. Confira:

Como vocês reagiram quando receberam a notícia que estavam com o novo coronavírus?

Bispo Lobato: A nossa reação foi natural. Até porque o nosso filho, dias antes, já tinha testado positivo. Anunciei o Evangelho por mais de 15 anos na África e vivenciei situações piores.

Além disso, eu tinha a certeza de que o que está escrito na Palavra de Deus em Êxodo 15.26 se cumpriria na nossa vida: “Se fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara”, essa promessa nos dava garantia da proteção de Deus sobre a nossa vida.

Como foi a evolução do quadro? 

Bispo Lobato: A evolução foi de certa forma lenta, no que diz respeito aos sintomas. Somente uma semana depois, quando a minha esposa regressou a casa, comecei a ter os primeiros sintomas: dores lombares, febre, tosse, perda de paladar. Fiquei no hospital por seis dias.

Goreti: No dia da minha internação, o médico infectologista me disse: “A senhora está infectada com o vírus, tem uma pneumonia dupla e uma bactéria nos pulmões. A senhora vai ser tratada com a cloroquina e remédios do HIV, se não der certo, vamos ter de lhe anestesiar e intubar.” Naquela madrugada, ali aos pés da cama, sem forças, só me lembro de orar o Pai Nosso e dizer: ‘Senhor, eu não tenho poder de decidir sobre a minha vida. Que seja feita a Sua vontade’. Deitei-me e fechei os olhos e adormeci. Passadas algumas horas, no meio da manhã, durante a visita do médico, ele me disse, com ar muito satisfeito, que meu organismo reagiu muito rápido e que eu não tinha mais a bactéria nem a pneumonia. Comecei a chorar e a agradecer a Deus.

Vocês falaram de Jesus para as pessoas que estavam internadas? 

Bispo Lobato: Estava num quarto em que os outros doentes sofriam mais com o pânico de saber que estavam com a doença do que propriamente com os sintomas dela. E aproveitei para falar das minhas experiências com Deus, tranquilizando-as individualmente para que toda aquela sensação de medo pudesse sair dos seus pensamentos. Pouco a pouco, foram se sentindo melhor e, inclusive, um teve alta e regressou a sua casa.

Depois de algum tempo de conversa convidei a participarem da Santa Ceia comigo no domingo seguinte. Liguei a um pastor e pedi-lhe que me fizesse chegar ao hospital um pacote de suco de uva no sábado e, separando um pedaço de pão do pequeno almoço que já tinha sido servido, participamos da Santa Ceia no domingo de Páscoa. Foi uma experiência única para alguns, ao descobrir o significado daquele pedaço de pão e vinho.

Goreti: No quarto, estavam mais 3 pacientes comigo, apavoradas, cheias de medo e angustiadas. Vendo a minha experiência e o que tinha acontecido comigo, pude transmitir segurança para elas, orar por elas, e o Espírito Santo fez o resto, acalmando-as. Dois dias depois, duas tiveram alta, estavam curadas. Saíram tranquilizadas e com uma palavra de esperança.

Numa madrugada, deu entrada uma idosa, de nacionalidade suíça, passando muito mal, com muitas complicações de saúde e infectada com o vírus. Havia toda uma equipe de médicos e enfermeiros junto dela. De manhã, quando tudo estava mais calmo, eu pude lhe dar uma palavra de fé, de esperança; ela aceitou que eu lhe desse as mãos e orasse por ela, e aceitou o Senhor Jesus. Deus operou um milagre ali naquela manhã: o milagre da salvação.

Dois dias depois, nós duas tivemos alta. Ela estava estável e muito mais calma.

O que essa experiência trouxe de positivo para vocês?

Bispo Lobato: Deus sempre nos usa nas situações mais insólitas. Seria impossível chegar ao lugar aonde cheguei, falar com quem falei, se eu não estivesse lá.

Continuamos acompanhando as pessoas que foram transferidas para outros hospitais e é sempre gratificante receber mensagens como esta: “Quero voltar a sentir esse doce calor que envolveu o meu coração e o meu peito enquanto você me falava no domingo…”

Goreti: Existem situações que, às vezes, não entendemos. Eu aprendi algo muito simples, mas muito forte: Em tudo dai graças. Só tenho que agradecer cada dia mais a Deus e o muito obrigada a todas as orações que nos sustentaram.

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Fonte: Universal.org

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