Envolvido em roubos e preso por tráfico

A revolta e o ódio de Felipe levaram-no a enveredar por maus caminhos, mas na sua fraqueza ele descobriu a força que apenas o poder do sacrifício pode ter

“Quando tinha 10 anos, o meu pai abandonou a família, deixando-me a mim, à minha mãe e à minha irmã. Então, criei uma grande revolta misturada com ódio contra o meu pai, querendo-me vingar dele por ver a minha mãe a sofrer.
Já adolescente comecei a dar muito trabalho à minha mãe, pois ia para a rua sem hora de voltar. Bebia, tinha o desejo de tatuar o meu corpo, andava com más companhias e cheguei ao ponto de, um dia, querer matar a minha irmã com uma chave de fendas.
Passados uns anos, o meu pai voltou para casa, mas o ódio que eu tinha dele crescia dia após dia, chegando ao ponto de nem conseguir olhar para a cara dele.
Entretanto, comecei a envolver-me no mundo do tráfico. Na época, era o único que tinha moto, carro e mulheres. Mas, apesar de ter tudo, ao mesmo tempo, era muito infeliz.
Também me envolvi em roubos até ao dia em que um colega meu foi morto a tiro e a polícia apareceu na minha casa, levando-me preso por tráfico. Fiquei pouco tempo preso porque não havia provas.
Para preencher o meu vazio, cheguei a frequentar uma casa espírita, porque tenho familiares que frequentam casas de macumba. Mas nada me preenchia!”

Desafio de fé.

“Um dia, um amigo falou-me do trabalho da IURD, mas eu tinha muito preconceito com a Igreja, pois achava que eram ladrões.”

“Decidido a deixar o Brasil, vim para Portugal, onde passei a viver com muitas dificuldades, depressivo e com pensamentos de morte. Até que, um dia, um pastor me evangelizou e me fez o convite para ir à Igreja. Mesmo assim, o preconceito e o orgulho falavam mais alto, até ao dia em que não aguentava mais e fui à Igreja. Fui-me libertando e fazendo os propósitos que o Altar me desafiava. Não foi fácil, mas aprendi que para Deus não existem impossíveis.

Depois da minha libertação, recebi o espírito Santo. Depois, conheci uma mulher de Deus, namorámos, noivámos e casámos.
A Fogueira Santa foi sempre um desafio para mim e em todas que participei tenho obtido resposta. Na última Fogueira Santa, consegui abrir a minha barbearia.
Em apenas dois anos que conheci a Verdade, não tenho palavras para expressar a minha alegria! Lutas vêm todos os dias, mas com Deus tenho aprendido a ultrapassar todos os obstáculos.”

Felipe Silva
Fonte: Folha de Portugal, edição Nº755