Bullying, um fenómeno crescente

Prestes a iniciar-se um novo ano letivo, para além da preocupação com os livros e os materiais escolares, muitas crianças e jovens têm ainda de enfrentar os atos violentos por parte dos colegas, muitas vezes, sem terem quem os defenda

Carla Vaz
cv.r@folhadeportugal.pt

Portugal é o 15º país com mais relatos de bullying na Europa e na América do Norte, ficando até à frente dos EUA, de acordo com um estudo divulgado em 2017 pela Unicef. O documento, intitulado “Um Rosto Familiar: A violência nas vidas de crianças e adolescentes”, que analisou a situação da infância no mundo relativamente a este problema, baseou-se em dados oficiais de 2015 para demonstrar que, no que se refere ao bullying, entre 31 a 40% dos adolescentes portugueses, com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos, afirmaram ter sido intimidados na escola, no mínimo, uma vez em menos de dois meses. Proporcionalmente, o nosso país apresentou mais queixas do que os EUA, onde ocorreram três quartos dos tiroteios em escolas registados no mundo nos últimos 25 anos.

Descrição. O bullying é, normalmente, caracterizado por atitudes agressivas e repetitivas, que promovem desigualdade e exclusão social, causando danos físicos e/ou emocionais com efeitos diretos sobre a vítima. Geralmente, quem o pratica procura ser popular de modo a encobrir a sua própria insegurança e tentar assim conseguir obter uma boa imagem de si mesmo. Então, quando existem pessoas à volta, o agressor tende a reforçar as suas atitudes para melindrar os seus alvos.

Ajuda. Muitas vezes, nem as vítimas, nem os agressores contam o que se passa aos pais e aos professores com medo ou vergonha das consequências. Torna-se assim fundamental que os pais fiquem atentos aos sinais que possam revelar que os seus filhos estão a ser vítimas de bullying, tais como: ataques de fúria, impulsividade, sentimento de incapacidade, agitação, aparecimento de ferimentos ou hematomas e de roupas rasgadas, desaparecimento de objetos pessoais, etc.

.

“Passei a ser vítima de bullying” – A sua aparente fragilidade, caráter introvertido e problemas de aprendizagem levaram Diana a ser vítima da maldade dos colegas de escola (Conheça a sua história clicando aqui)

.
Fonte:
Folha Universal e dn.pt