Adolescentes que fumam canábis correm maior risco de depressão e suicídio

Fonte de Imagem: Adobe Stock

Um novo estudo britânico e canadiano garante que até 60 mil casos de depressão na idade adulta poderiam ser evitados se os adolescentes não fumassem marijuana

Segundo notícia veiculada pelo site notíciasaominuto.pt, a canábis é por vezes caracterizada como uma das drogas de uso recreativo mais seguras, mas uma pesquisa recente associa o uso da substância tanto ao risco de depressão como de suicídio.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford apurou que fumar a droga na adolescência aumenta a probabilidade de desenvolvimento de depressão major e até de tendências suicidas já na idade adulta. Incrivelmente, tal significa segundo que apenas no Reino Unido 60 mil casos de depressão poderiam ser evitados se os adolescentes evitassem consumir marijuana.

Com base nos dados apurados, os investigadores pedem aos oficiais de saúde para que tornem o combate ao uso de canábis uma prioridade urgente, pois os cientistas acreditam que a canábis seja capaz de alterar partes do cérebro dos adolescentes que ainda estão em desenvolvimento, “estando ainda associado a menor sucesso escolar, psicoses e declínio neurológico, a um maior risco de acidentes de viação, assim como ao desenvolvimento de problemas respiratórios”, revela o estudo.

“Fui cercado numa paragem de autocarro”

Durante a adolescência, Moyo começou a fumar cannábis, como uma forma de ganhar popularidade. Ele perdeu a confiança da sua família e envolveu-se com as pessoas erradas, chegando ao ponto de ser esfaqueado. “Ninguém me forçou a começar, eu fui o responsável. Eu queria ser popular e, na escola, a maneira de conseguir isso era fumar. Havia diferentes níveis: os mais populares fumavam cannábis e os outros fumavam cigarros.”

Moyo alcançou o seu objetivo de popularidade, mas isso teve um preço: perdeu os velhos amigos e também a confiança da sua família. Mas, o maior problema foi que ele quase perdeu a vida. “Conforme comecei a ganhar popularidade, aproximei-me da vida dos gangues. Um dia, fui cercado numa paragem de autocarro – primeiro por dois, que passaram a oito”, diz Moyo. Então, ele foi esfaqueado, mas conseguiu ugir. Foi naquele momento que ele soube que tinha que mudar de vida. “O meu estilo de vida estava a afetar muitas pessoas”, explica.

Moyo foi convidado por um amigo para participar de um grupo de jovens na Universal. “Eu lembro-me de pensar em como as pessoas estavam felizes lá. Comecei a frequentar e percebi que eu não precisava de ficar preso à vida que estava a viver. Dei a Deus uma oportunidade. Decidi confiar n’Ele, e cada vez que uso a minha fé, a minha vida fica melhor.”

Porém, quando Moyo decidiu mudar de vida, ele foi esfaqueado pela segunda vez. “Estava na casa de uns amigos a assistir futebol, quando de repente ouvi uma movimentação do lado de fora. Eu vi um tipo com um bastão e, conforme andei na direção dele, vi uma faca, então, virei-me e disse para todos entrarem e trancarem a porta.”

Moyo explica que, naquele momento de perigo, ele pensou em como aquilo afetaria os outros. “Eu apenas pensei em como os meus amigos seriam afetados se eu morresse, porque antes de me conhecerem, eles eram jovens normais – não eram envolvidos com drogas ou crime.”

Mas Moyo sobreviveu, e já se passaram mais de seis anos desde que ele tomou coragem para ir buscar ajuda. Ele diz que entrou na Universal com a mente aberta. “Vi pessoas que estavam na mesma situação que eu, então, pensei que se elas puderam mudar, eu também poderia.”

Ele diz que a parte mais gratificante da jornada é poder ajudar os outros. “Da mesma forma que fui ajudado, agora ajudo os outros, e é incrível, porque quando vejo pessoas a sair dessa fase das suas vidas e a mudar, isso dá-me alegria.”

Os maus pensamentos e o desejo por cannábis desapareceram, e Moyo já está limpo há mais de seis anos. “Sou uma pessoa muito mais feliz. Não sou mais preguiçoso e aproximei-me mais da minha família, do meu irmão e da minha irmã. Além disso, posso ajudar as pessoas que estão a passar pelo que eu passei.”

Moyo Sonupe

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