“A única solução para mim era morrer”

Criada no meio de uma enorme violência, onde o seu padrasto batia constantemente na sua mãe, Caroline nutria um ódio que não conseguia controlar

“O ódio que nutria dentro de mim era imenso, tanto que às vezes chegava a pensar que a única solução para mim era morrer. Depois do nascimento de uma irmã tornei-me muito ciumenta e nervosa. Não via nos meus pais “exemplos” que eu pudesse seguir e essa situação fez-me querer conhecer o mundo. Como consequência, entrei num grupo de “Emo” (música alternativa) e mudei completamente o meu modo de ser, vestir, falar e comportar-me… tudo para parecer cada vez mais com uma banda Emo, tendo feito deles o meu “deus”.

A minha vida era dedicada a eles. Passava todo o tempo em casa a falar com pessoas na internet que nem conhecia. Havia uma tristeza enorme dentro de mim, que não me deixava dormir, durante a noite eu chorava sempre. Às vezes, sem motivo, começava a chorar.

Quando me encontrava com os meus amigos, sentia-me feliz. Eu era sempre aquela que trazia a alegria a todos, todavia, isso durava pouco, pois quando chegava a casa aquela ‘felicidade’ desaparecia e um vazio tomava conta de mim.

Eu frequentava a Universal desde criança, mas não me tinha ainda entregado a Deus a 100%. Mesmo a sofrer muito, negava os ensinamentos que tinha aprendido. Cheguei a pensar que Deus não existia. Não cria na existência de Deus, pois via que a vida dos meus pais era um desastre. Até que, um dia, decidi entregar-me de verdade, renunciando às minhas vontades. Comecei a participar nas correntes da igreja, libertei-me, esvaziei-me de mim mesma para, então, receber o Espírito Santo.

Não foi nada fácil, mas conheci a Deus, o meu interior foi totalmente transformado, assim como o meu modo de pensar. De facto, tudo se transformou. E mesmo se tenho lutas e problemas, hoje a minha vida tem sentido e almejo que outras pessoas recebam aquilo que recebi de Deus: a Paz que o mundo não nos pode oferecer”, conclui a jovem.

Caroline de Abreu