A origem das doenças misteriosas

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Confundem os médicos, os sintomas são vistos como psicossomáticos e muitos dos pacientes já receberam mais de um diagnóstico errado

Já muitos deixaram os especialistas confusos e perderam todas as esperanças, menos a de um dia saberem o nome da doença da qual padecem. É assim que a grande maioria acaba na “Rede de Doenças Não Diagnosticadas”, um projeto financiado pelo governo federal dos Estados Unidos, que inclui 12 centros clínicos, um deles no Instituto Nacional de Saúde (NIH) em Bethesda, Maryland.

Pesquisadores dessa rede procuram todas as pistas possíveis – obtidas mediante exames genéticos, de imagem, de bioquímica e clínicos – para descobrir o que há de errado com estes pacientes. Num estudo recente, 1.519 pessoas foram encaminhadas, mas menos da metade foi aceite para avaliação intensiva sem custo.

A rede completou avaliações de 382 participantes e diagnosticou 132 deles. (Desde que o estudo terminou, outros 128 pacientes receberam diagnósticos.) Para alguns, havia boas notícias: um tratamento, muitas vezes uma droga que estava no mercado para outra finalidade. No entanto, mesmo os pacientes diagnosticados, mas sem um tratamento, dizem que a experiência pode ser recompensadora.

“As pessoas valorizam até mesmo a chance de dar um nome ao inimigo”, disse o dr. Euan Ashley, geneticista da Universidade de Stanford e codiretor da rede. Aqueles que saem sem um diagnóstico ou tratamento são informados de que, se a ciência melhorar e surgir uma resposta para eles, a rede vai contatá-los. “Nunca desistimos”, disse Ashley.

O CASO DE ELISA

Elisa Souza, de 68 anos, sofreu durante 22 com uma doença sem diagnóstico. “Comecei a sofrer de ataques quando tinha 38 anos. Os médicos fizeram-me vários exames à cabeça, ao coração, mas não era detetado nada. Por indicação de outros, cheguei a ir a bruxos, onde gastei muito dinheiro para resolver o meu problema, mas não adiantou nada.

Só sei que deixei de trabalhar com 39 anos. Fui internada no Hospital Conde Ferreira por quatro vezes, local de onde entrava e saía. Cheguei a tomar 23 comprimidos por dia, vivia fechada no quarto e não falava nem convivia com ninguém. Tinha uma filha com nove anos, mas não acompanhei o seu crescimento, o meu casamento estava parado por completo… e assim se passaram 22 anos.

Os ataques, que aconteciam a qualquer hora ou lugar, deixavam-me completamente paralisada, tanto que tinham que me levar ao colo para o hospital, onde me davam injeções nas veias. Ficava lá duas a três horas e depois era mandada para casa.

Foi quando tomei conhecimento da Universal e passei a frequentar que notei de imediato uma mudança em mim, até que me libertei por completo. Eu, que tinha deixado de trabalhar com 39 anos, regressei ao mercado de trabalho aos 61. Hoje tenho 68 e continuo a trabalhar por minha conta. Tenho uma loja onde faço costura e hoje tenho paz, alegria, durmo bem e tenho vontade de viver, o que até então não tinha. Sou uma nova pessoa, pois a minha vida está completamente diferente!”, afirma.

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